quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

As Experiências Proféticas, Parte 8

Uma Visão Para Nosso Tempo

Semana 31, 2011 – Rick Joyner

Lembre-se que os três aspectos do profético são os seguintes: 1) revelação, 2) interpretação e 3) aplicação. Para ajudar a ilustrá-los, vou relatar algumas histórias pessoais, bem como histórias de outras pessoas que eu testemunhei pessoalmente. Começarei com uma que ocorreu já faz 24 anos, mas está se tornando relevante hoje.

Em 1987, tive uma experiência profética de dois dias e meio na qual me foi mostrado um panorama de grandes eventos se desdobrando. O maior evento que vi nessa experiência foi uma enorme colheita de pessoas para o reino, que ofuscou tudo o que já ocorreu na história. Ela ocorreu em duas ondas. A primeira era tão grande que muitos acreditavam que era a colheita que Jesus disse que ocorreria no fim dos tempos. Porém, aquela primeira onda foi somente o ajuntamento dos trabalhadores para a segunda, um mover de Deus muito maior sobre toda a terra. Desde então, acho que a primeira onda já veio e estamos agora nos preparando para a próxima.

Incluídos nesta visão panorâmica estavam muitos outros grandes eventos que ocorreriam, alguns dos quais eu só vi em parte e alguns que eu vi muito especificamente. Alguns desses eventos foram tão extremos e bizarros que eu mesmo tinha dificuldade em acreditar neles e não culpei qualquer outra pessoa que teve problemas com eles. Para minha surpresa, essas Visões da Colheita foram quase universalmente aceitas como uma mensagem de Deus.

O breve sumário que escrevi, o qual enviei para as então 200 pessoas na minha lista de correio, que era basicamente, no tempo, minha lista de cartões de Natal, foi instantaneamente tomado, copiado, reimpresso e distribuído tão rapidamente que alguns falaram que tinha ido a possivelmente toda nação da terra dentro de 30 dias. Isso foi antes da Internet ou e-mail. Alguns disseram que pode ter sido a palavra profética mais amplamente distribuída na terra.

Para a minha surpresa, praticamente todos a aceitaram sem impedimentos. Havia tanta demanda para isso que levou aproximadamente um ano para escrever toda a visão em detalhes. Quando isso foi publicado como A Colheita, rapidamente se tornou um bestseller e, mais de duas décadas depois, continua vendendo muito. Quando eu estava lendo esse livro novamente para a 20ª edição de aniversário, honestamente fiquei surpreso com o quanto do que eu tinha visto já havia ocorrido. Agora, parece mais um livro de história do que profecia, mas você pode enxergar uma linha do tempo que se desdobra e mostra onde estamos e onde estamos indo.

Um dos eventos que vi e recordei na visão de 1987 foi um grande furacão no Japão, seguido por uma série de furações na Costa Oeste dos EUA. E estavam todos amarrados a um esfacelamento econômico mundial. Quase ninguém quer ouvir isso, inclusive eu, mas essas coisas são iminentes. Logicamente, a grande questão é: o que devemos fazer para estarmos preparados para elas?

Não há dúvida de que essas palavras apresentam grandes problemas para cristãos vivendo na Costa Oeste. Outros dois amigos proféticos que têm um bom histórico de antever grandes eventos com precisão disseram que viram o mesmo elo entre o vindouro (agora passado) terremoto japonês e o que estava chegando à nossa Costa Oeste. Eles começaram a dizer às pessoas anos atrás para começarem se mudar da Costa Oeste. Creio que estavam fazendo o que lhes foi dito para fazer.

Quanto perguntei ao Senhor o que deveria dizer quando as pessoas me perguntassem se deviam ficar ou se mudar, me foi respondido que falasse para elas ficarem a não ser que tivessem escutado dEle que deveriam se mudar. Mas depois do terremoto japonês, precisei fazer diferente. A palavra agora era para se mudarem a não ser que tivessem escutado do Senhor para ficar.

Isso traz à tona alguns assuntos importantes, mas estes são tempos muito importantes, e teremos de crescer rapidamente para estarmos preparados para tudo o que está vindo.

Primeiro não fiquei surpreso com a reação negativa de muitos na Costa Leste. Se eu estivesse morando lá, ou tivesse construído uma igreja ou ministério lá, provavelmente teria reagido da mesma forma. Há milhares de vidas que isso pode afetar e nenhum pastor seria um bom pastor caso não questionasse isso. Isso é coisa séria e eu nunca daria tal palavra levianamente. Creio que os que reagiram não o fizeram tão levianamente também.

Logicamente, considerei como isso poderia afetar muitas vidas, mas sei que essa palavra é verdadeira e estou pensando nas vidas que possam ser salvas. Sem dúvida, parecerei uma pessoa tola ou má até o dia em que começar a acontecer. O dilema é que preciso orar para que isso seja prorrogado o máximo possível. Poucos estão ouvindo e poucos se preparando. Tenho sentido algo como uma preocupação sobrenatural crescendo sobre mim pela Costa Oeste. Nunca tive uma palavra profética que esperasse e orasse para que não viesse a ocorrer como essa. Sei que no dia que ocorrer será o pior dia da minha vida e um dos piores da história de nossa nação.

As grandes questões agora são: Qual é o tempo? Quais serão os lugares seguros? Como podemos nos preparar? Outra questão importante é: Por que isso não pode ser impedido por completo? Tentaremos responder a essas perguntas como pudermos nas próximas semanas.

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Experiências Proféticas, Parte 7

Vida da Igreja Local: Vital para o Crescimento Profético

Semana 30, 2011 – Rick Joyner

Agora que temos a visão de moderação, e de sermos pessoas moderadas, precisamos lidar com as muitas profecias que receberemos que serão tudo menos isso. Se falamos a verdadeira palavra de Deus, estamos propensos a deixar um monte de gente brava. Provavelmente seremos chamados de falsos profetas, assim como outros adjetivos coloridos. Então, quando nossas profecias se tornarem realidade, vai parecer que ninguém notou. Você não começa esse trabalho pelo índice de aprovação.

A maioria das pessoas e provavelmente a maioria dos líderes cristãos de hoje em dia não acham que é seguro chamar qualquer um de profeta até que essa pessoa esteja morta e não seja mais uma ameaça. Isso é o que os israelitas também fizeram. Eles honravam os túmulos dos profetas que foram mortos enquanto resistiam aos que estavam falando com eles em seu tempo. Isso ocorre porque grande parte da igreja é efetivamente controlada mais por um espírito religioso do que pelo Espírito Santo. O espírito religioso, muitas vezes, exibe sua honra ao que o Senhor fez para justificar sua resistência ao que Ele está fazendo. Foram os religiosos em Israel os inimigos mais mortais do Senhor quando Ele andou na terra, e ainda são aqueles que estão nas garras do espírito religioso que perseguirão mais veementemente os que realmente estão seguindo o Senhor.

Certamente muitos corajosos líderes cristãos não só abraçaram o profético, mas o abraçaram em sua fraqueza e imaturidade. Acho que muitos que ainda estão rejeitando o profético devem ter um desconto porque o profético ainda é tão confuso e imaturo. No entanto, serão os que pagam o preço de abraçá-lo enquanto ainda é imaturo e confuso que também terão a plena recompensa de receber um profeta como um profeta. Então, precisamos de fato ser gratos a quem receber o profético e tentar ser compreensivos com quem não o faça.

No entanto, muitas pessoas proféticas estão rejeitando a igreja pela mesma razão que elas são agora rejeitadas por ela – a igreja ainda não se encaixou nos padrões delas. As pessoas proféticas que não crescem em uma vida da igreja local, com todas as suas frustrações e irritações, não são capazes de amadurecer como deveriam e isso impede que a autoridade que poderia ser confiada a elas de fato o seja. Da mesma forma, a igreja que está em tal necessidade de amadurecimento poderia usar todas as frustrações, irritações e problemas que as pessoas proféticas em amadurecimento têm para amadurecer. Ambos precisam do outro para ter suas arestas extremas aparadas. Mas, dada a escolha, preferiria uma igreja sem o profético do que o profético que não faça parte de uma vida firme em uma igreja local.

Vemos em Atos 2:17-18 que "nos últimos dias" o Senhor vai derramar o Seu Espírito e o resultado será revelação profética – sonhos, visões e profecia. Esses são dados aos jovens e velhos, homens e mulheres, o que deverá cobrir quase todo mundo. Isso é porque quando entrarmos nesses tempos precisaremos deste tipo de orientação profética para que as coisas se cumpram. Embora eu diga acima que eu preferiria estar ligado a uma igreja que rejeita o profético do que a pessoas proféticas que rejeitam a igreja, eu não tenho muita fé nas igrejas que rejeitam o profético e continuarão a rejeitá-lo nos tempos vindouros.Mesmo assim, a igreja é a noiva do Senhor; nossos dons foram dados para a igreja, e precisamos fazer tudo o que podemos para servir a igreja quer ela nos receba como gostaríamos de ser recebidos ou não. Ao mesmo tempo, eu não vou seguir as pessoas proféticas que não são dedicadas a servir a noiva do Senhor para a qual Ele está voltando. Afastar-se de servir Sua noiva é afastar-se de algo muito básico para o nosso chamado e propósito. Tenho ainda menos esperança para pessoas proféticas, ou quaisquer cristãos, que se separam de um propósito básico de serem membros ativos do corpo de Cristo.

Claro, eu já havia compartilhado isso antes e você certamente vai ouvir isso de mim muitas vezes. Eu não acredito que alguém possa amadurecer como deveria enquanto cristão, muito menos no profético, sem uma vida ativa na igreja local. Profetas que se separam da vida da igreja local podem ter dons muito reais e impressionantes, mas o mesmo acontece com falsos profetas. Todo falso profeta que conheci tinha um chamado para ser um profeta do Senhor, mas, em quase todos os casos, eles foram separados do corpo e depois envenenados pela amargura e rejeição. Quanto mais poderoso o seu dom ou seu chamado é, mais você será um alvo. Por isso, devemos ter como nosso foco principal na vida estar crescendo no amor, o que é provavelmente mais demonstrado por perdão.

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

As Experiências Proféticas, Parte 6

O Amadurecimento do Profético

Semana 29, 2011 – Rick Joyner

Temos discutido a maturidade cristã em relação ao profético, especialmente como isso pode influenciar a forma como nós interpretamos as impressões. No nível de revelação profética de impressão, o imaturo pode ser propenso a misturar seus próprios sentimentos – mesmo quando eles são temporários, tais como picos e baixas de cafeína – os preconceitos de bom ou mau e as próprias opiniões. Isso realmente requer o tipo de experiência que só pode vir do amadurecimento em aprender a separar o que o Espírito Santo pode estar imprimindo em nós e quais são os nossos próprios sentimentos.

Você espera que crianças de dois anos de idade usem fraldas e façam uma bagunça com quase tudo que pegam. Temos que permitir que os jovens em Cristo sejam imaturos e, sim, façam bagunça. Pessoas proféticas jovens e imaturas agirão como pessoas proféticas jovens e imaturas. A crença que alguns tentaram impor ao profético – que se você cometeu um erro você é um profeta falso – inibe a maturidade dessas pessoas ou pior, pode distorcer profundamente o seu caráter.

O que os mestres poderiam ensinar se eles estivessem sob o peso de que se cometessem um erro seriam considerados falsos mestres? Que pastor poderia dar um conselho a alguém se ele estivesse sob a pressão de que se falasse alguma besteira seria considerado um falso pastor? Isso perverteria esses ministérios, assim como o jugo imposto sobre as pessoas proféticas jovens pode distorcer o seu desenvolvimento.

Vamos discutir isso um pouco mais depois, mas apenas ter dons proféticos não faz de ninguém um profeta. O ofício de profeta é um chamado especial e, até que tenhamos recebido esse chamado do alto, devemos nos considerar apenas cristãos que estão tentando crescer nos dons e frutos do Espírito para serem os melhores servos dEle que possamos ser. Nós também precisamos dar graça para aqueles que estão apenas tentando amadurecer em sua vocação e dons.

Um dos portões principais do inferno por meio do qual um espírito religioso consegue entrar na igreja é a atitude de crentes mais maduros erroneamente julgando e condenando os crentes mais jovens pelo seu comportamento, que geralmente é apenas imaturo. Não devemos permitir que esse jugo seja colocado em nós ou naqueles que temos cobrado. Precisamos permirtir aos jovens que sejam imaturos e que amadureçam de uma forma normal, o que tem muito a ver com aprender com os erros.

Sem dúvida, temos um problema geral na igreja com muitos crentes que não amadurecem como deveriam. Acho que essa foi a verdadeira definição da advertência do Senhor sobre os últimos dias, quando disse: "Mas ai das grávidas e das que amamentarem naqueles dias!" (veja Mateus 24:19), o que acho que pode ser interpretado como: "Ai de aqueles que mantêm seu povo na imaturidade." Certamente, precisamos estar amadurecendo, mas devemos deixar que as pessoas amadureçam no ritmo certo, assim como os apóstolos, os anciãos e o Espírito Santo estavam decididos a fazer com os gentios recém-convertidos.

É aí que a moderação é especialmente importante. Uma vez que ainda estamos cobrindo como as impressões são uma forma pela qual o Senhor fala a nós, mas também como discernir a diferença entre algo que Ele tem imprimido em nós e os nossos próprios preconceitos ou perspectivas, moderação é um fator chave. Uma pessoa moderada não tenderá a ser tão crítica ou a ver as pessoas em extremos. Há um tempo para ver as questões em extremos porque essa é a verdade, mas não queremos fazer isso porque somos extremos.

A percepção que a maioria parece ter acerca de ministérios proféticos é que eles são extremistas e veem tudo em extremos. Esse pode ser o caso do imaturo e é verdade que existem fatores que estão impedindo as pessoas de amadurecerem no profético enquanto estão em uma igreja típica. Eu ouço as pessoas dizerem que querem ser "profetas da graça", e outros gostam de ser severos, mas, se nós seremos a coisa real, não devemos nos inclinar a nenhum desses rótulos, mas sim ser o que temos que ser para fazermos o trabalho de que estamos incumbidos. Qualquer coisa diferente só revela que ainda somos bebês.

Vemos no Livro do Apocalipse como o Senhor Jesus tinha uma palavra diferente para cada uma das sete igrejas, embora todas existissem na mesmo época e na mesma região. Algumas igrejas que têm sido propensas ao legalismo podem precisar de uma mensagem forte de graça, enquanto algumas igrejas que têm sido propensas à liberalidade podem precisar de uma palavra sobre o julgamento de Deus. Paulo escreveu, em Romanos 11:22, "Considera pois a bondade e a severidade de Deus". Se só podemos ver Sua bondade, então não O estamos vendo como Ele é, e não estamos aptos para representá-Lo como Ele realmente é. Se só podemos ver Sua severidade, não é diferente. Devemos ver os dois juntos se quisermos vê-Lo como Ele é, e representá-Lo como Ele é de fato.

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

As Experiências Proféticas, Parte 5

Padrões da Vida Cristã

Semana 28, 2011 – Rick Joyner

O verdadeiro discipulado cristão é uma vida de sacrifício, não de aquisição. Isso não significa que não devemos cuidar de nossas famílias, como somos ensinados em I Timóteo 5:8: "Mas, se alguém não tem cuidado dos seus, e principalmente dos da sua família, negou a fé, e é pior do que o infiel. "No entanto, há uma diferença entre prover o que é necessário para as nossas famílias e ser materialista, ganancioso ou perder os limites.


Há uma vala de cada lado do caminho da vida. A reação exagerada aos cristãos que tinham um espírito de pobreza levou outros a caírem na vala do outro lado a e se tornarem mundanos e materialistas. Temendo virar "tão celestiais a ponto de não serem bons terrenamente”, eles se tornaram tão mundanos que não são bons nem para o céu e nem para a terra.

Não é um exagero dizer que a maioria dos cristãos, e na verdade a maioria das pessoas, pensa em extremos. Nós tendemos a julgar os outros por suas características ou ações mais extremas. Entretanto, quando se trata de seguir na verdade, o caminho da vida é quase sempre encontrado na tensão entre os extremos.

Por essa razão, lemos em Filipenses 4:5, "Seja a vossa moderação conhecida de todos os homens". Não se trata apenas de nossos bens materiais, comer ou beber, mas também na doutrina. Devemos ser claros e intransigentes a respeito do básico, mas quando se trata das outras doutrinas periféricas, escatologia e outros ensinamentos que são ambíguos e passíveis de interpretações diferentes, o lugar seguro é a moderação, não gravitar em direção ao extremos.

Claro, isso deve ser equilibrado com o fato de que alguma verdade é encontrada no extremo. Pode soar extremo dizer que Jesus é o único Caminho para o Pai, mas é uma verdade extrema que não podemos comprometer sem comprometer a base da Sua divindade. Ele é Aquele que disse isso. Se não fosse verdade, então Ele teria mentido e, portanto, não seria o Deus das Escrituras.

O Senhor poderia ter sido muito mais específico sobre certas coisas como o governo da igreja, comida e bebida, mas fazer isso apenas tornaria a Nova Aliança outra lei ao invés do relacionamento com Deus - o que isso deveria ser. Existem, certamente, mandamentos da Nova Aliança, mas eles são mais sobre o amor do que comer, beber ou minúcias de comportamento. Em Atos 15:23-29, nos é dado o padrão básico de comportamento exigido pelos cristãos:

Os apóstolos, e os anciãos e os irmãos, aos irmãos dentre os gentios que estão em Antioquia, e Síria e Cilícia, saúde.

Porquanto ouvimos que alguns que saíram dentre nós vos perturbaram com palavras, e transtornaram as vossas almas, dizendo que deveis circuncidar-vos e guardar a lei, não lhes tendo nós dado mandamento,

Pareceu-nos bem, reunidos concordemente, eleger alguns homens e enviá-los com os nossos amados Barnabé e Paulo,

Homens que já expuseram as suas vidas pelo nome de nosso Senhor Jesus Cristo.


Enviamos, portanto, Judas e Silas, os quais por palavra vos anunciarão também as mesmas coisas.

Na verdade pareceu bem ao Espírito Santo e a nós, não vos impor mais encargo algum, senão estas coisas necessárias:

Que vos abstenhais das coisas sacrificadas aos ídolos, e do sangue, e da carne sufocada, e da prostituição, das quais coisas bem fazeis se vos guardardes. Bem vos vá.

Isso foi confirmado como o testemunho do Espírito Santo e os anciãos e os apóstolos fundadores da igreja. Essa é a Escritura. Não podemos impor nada mais que isso como um comportamento de restrições sem fazê-lo sob o legalismo. No entanto, no Novo Testamento, havia padrões muito mais altos para quem estaria na liderança na igreja. Liderança não é apenas a posição de ser um ancião ou um apóstolo, mas liderança é basicamente influência.

Ao passo que amadurecemos em Cristo, devemos querer viver de acordo com padrões mais elevados do que com o mínimo que podemos empurrar com a barriga. Os verdadeiros amantes de Deus não estão procurando fazer o mínimo com o que podem se virar, mas por quanto mais eles podem fazer por Ele. Uma criança que é totalmente desamparada também é totalmente egoísta. À medida que uma criança amadurece e entende mais e pode fazer mais, ela se torna menos egoísta. O mesmo acontece com aqueles que são nascidos de novo. Novos cristãos, muitas vezes, serão consumido pelos benefícios, mas os maduros, que têm aprendido o poder da cruz, serão como os apóstolos que agradeceram ao Senhor por terem sido considerados dignos de sofrer afrontas por amor do Seu nome. Da mesma forma, as pessoas proféticas imaturas geralmente serão muito diferentes quando amadurecerem, mas devemos dar-lhes uma chance de amadurecer.

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

As experiências proféticas, Parte 4

Impressões proféticas verdadeiras refletem o caráter de Deus

Semana 27, 2011 - Rick Joyner

As impressões proféticas são a forma mais básica de revelação profética e são geralmente a forma pela qual o Senhor começa a falar conosco. Isso possivelmente se deve ao fato de que somos chamados para sermos Seus amigos, e Ele quer que nós sejamos capazes de sentir o que Ele sente, não agir como se fôssemos autômatos que fazem aquilo que Ele nos diz. Deus criou o homem para ter comunhão com Ele e está buscando mensageiros que irão partilhar o Seu coração pela mensagem.

Eis aqui uma perigosa pedra de tropeço – é o ápice da presunção para uma pessoa profética pensar que Deus se sente da mesma forma que ele ou ela se sente sobre as coisas. Por isso, devemos ser cuidadosos para discernir uma impressão profética e entender que, quando Deus não está nos mostrando algo específico, os nossos sentimentos e opiniões são nossos e não necessariamente de Deus.

Tenho testemunhado a vida de pessoas proféticas que foram feridas numa área e não foram curadas, e por causa disso podem ser excessivamente sensíveis ou melindrosas, e começar a proclamar juízos que Deus não anunciou. Vemos um exemplo disso com a forma como Thiago e João queriam fazer descer fogo do céu para consumir aqueles que se opuseram a eles. Jesus os repreendeu, dizendo que não sabiam de que espírito eram (ver Lucas 9:54-55).

Como podemos acertar isso? Experiência. Já que nós temos como uma devoção primária conhecer o coração de Deus, devemos também reconhecer as nossas próprias presunções, preconceitos e ofensas que não superamos. Por essa razão, eu nunca confio numa revelação que é negativa para qualquer um com quem eu tenha um motivo para ser negativo, mesmo quando vem num sonho ou visão. Não confio em revelações negativas que os outros recebem quando eu posso ver neles uma ferida em relação à pessoa ou assunto. Tenho visto, por outro lado, algumas pessoas proféticas muito maduras tropeçarem nisso.

É fundamental que as pessoas proféticas aprendam a graça do perdão pleno e a não se sentirem ofendidas, principalmente por rejeição. Ninguém merecia menos ser rejeitado que Jesus, que foi o Criador dos mesmos que o rejeitaram e fizeram com que Ele fosse torturado. No entanto, na cruz, Ele não só expressou o perdão para eles, mas deu o “perdão máximo” – Ele orou para que o Pai lhes perdoasse também! Muitas vezes, nos esforçamos para perdoar as pessoas, mas nos motivamos com a ideia de que, se perdoarmos, Deus acertará as contas depois, mas Jesus orou para que até o Pai perdoasse. Nunca houve uma expressão de amor como essa.

Não devemos jamais esquecer que a mensagem profética suprema é a mensagem da natureza e do caráter de Deus. E nunca haverá uma mensagem maior de quem Ele é do que aquilo que foi demonstrado na cruz. Se vamos representá-Lo como Ele é, devemos tomar nossa cruz todo dia, e estar dispostos a derramar a nossa vida e nossas ofensas para deixar a mensagem da cruz ser vista em nós também. Uma vez que tenhamos isso estabelecido em nossos corações, que o nosso objetivo final é representar a Deus como Ele é, e que a cruz é a demonstração máxima de quem Ele é, a vida da cruz será igualmente a nossa maior devoção. Isso é o que separa os verdadeiros mensageiros dos falsos. Viveremos a vida da cruz?

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

As Experiências Proféticas, Parte 3‏

Cura e Compaixão Profética

Semana 26, 2011 – Rick Joyner

O sumo sacerdote no Antigo Testamento tinha sinos e romãs artificiais na orla do seu manto. Esses eram alocados alternadamente de modo que, quando ele caminhasse, os sinos atingiriam as romãs e deles sairia um som. Dessa forma, você poderia sempre dizer onde o sumo sacerdote estava se ele estivesse em movimento. Vemos isso em Êxodo 28:33-35:

E nas suas bordas farás romãs de azul, e de púrpura, e de carmesim, ao redor das suas bordas; e campainhas de ouro no meio delas ao redor.

Uma campainha de ouro, e uma romã, outra campainha de ouro, e outra romã, haverá nas bordas do manto ao redor,

E estará sobre Arão quando ministrar, para que se ouça o seu sonido, quando entrar no santuário diante do SENHOR...

Mateus 11:13 diz que "todos os profetas e a lei profetizaram...", cada "jota e til" ou qualquer detalhe da lei. Os sinos representavam uma proclamação, ou uma mensagem que vai adiante, e as romãs eram usadas para a medicina naquela época. O fato de o sumo sacerdote ter esses elementos na orla do seu manto representava que sempre que Jesus, o verdadeiro Sumo Sacerdote, se movesse, a mensagem de cura iria adiante. Isso também trata de quanto os ministérios de cura e profecia estariam amarrados a Jesus. É também por isso que a mulher com o fluxo de sangue sabia que, se ela apenas tocasse a orla das vestes de Jesus, ela seria curadaela reconheceu que Jesus era o verdadeiro Sumo Sacerdote.

Hoje ainda é verdade que, sempre que o nosso Sumo Sacerdote se movimenta, a mensagem de cura é proclamada. Isso é porque Ele se importa tanto com as pessoas que não quer ninguém doente ou aflito, mas quer todos sãos. Nossa redenção através de Sua cruz não apenas comprou para nós o perdão dos pecados, mas a libertação das conseqüências do pecado.

Nós podemos olhar para os profetas do Antigo Testamento e ver que eles raramente estavam envolvidos em cura. Isso é verdade, mas o Novo Testamento é todo sobre cura – física, emocional e espiritual. É por isso que os profetas do Novo Testamento são tão conectados a esse ministério.

Vemos também através da vida de Jesus que a compaixão era uma base de Sua autoridade. Era quando ele sentia compaixão pelas pessoas, que eram como ovelhas sem pastor, que Ele se tornava seu Pastor. Era quando Ele sentia compaixão pelas pessoas que andavam nas trevas que Ele se tornava seu Mestre. Amor e compaixão são a base para autoridade espiritual no Novo Testamento. Foram o amor e a compaixão pela humanidade que levaram o Pai a enviar o seu Filho unigênito para a nossa salvação, e isso continua sendo a base para toda a autoridade espiritual.

Como isso se relaciona ao nível básico de revelação proféticaimpressões? É difícil para muitas pessoas entenderem isso, mas o Senhor quer que algumas revelações proféticas sejam subjetivas. Eu não disse "todas", mas "algumas". Isso não significa que Ele deseja de nós alguma distorção , mas Ele deseja que as pessoas sintam o que Ele está sentindo, e não apenas saibam o que fazer. O Senhor não quer que Seus profetas estejam desconectados da mensagem, mas que sejam uma só mente e umcoração com Ele.

Mais uma vez, uma coisa que Jesus mostrou quando andou pela terra é Seu coração disposto a curar as pessoas e libertar os oprimidos. Ele curou aqueles que nem sequer agradeceriam a Ele por tê-los amado. Esse é o Seu coração, e Ele quer que Seus mensageiros sintam isso também.

Temos um bom exemplo em Jeremias de como os profetas de Deus no Antigo Testamento foram obrigados a amar aqueles para quem eles foram destinados a ser mensageiros. Jeremias teve que entregar a mensagem do juízo iminente que estava por vir sobre Israel, mas vemos por todo o Livro de Jeremias e em seu Livro das Lamentações o quanto ele amava aqueles que receberam essa mensagem de juízo. Essa é provavelmente a principal razão por que o Senhor escolheu Jeremias como Seu mensageiro. Deus amou a Israel até mais do que Jeremias. Deus ama a misericórdia e para Ele sempre seria muito melhor mostrar misericórdia do que trazer o juízo. Podemos ter certeza de que quando o juízo vem é porque Ele nos ama, e simplesmente não há outra maneira de lidar com a corrupção ou apostasia.

É um equívoco trágico pensar que os profetas são sempre zangados e que essa raiva reflete como Deus se sente. Nós temos, de fato, exceções e exemplos de profetas que obviamente não amaram as pessoas para as quais foram enviados, Jonas é um bom exemplo disso. Somente um mensageiro foi perfeito – Jesus. No entanto, na medida em que somos capazes, o Senhor quer que nós compartilhemos o Seu coração na mensagem que ele desejar que levemos.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

As Experiências Proféticas, Parte 2

Profetizamos pela fé, não por método
Semana 25, 2011 – Rick Joyner

Por favor, peço que não se esqueçam de que eu estou compartilhando minhas experiências e perspectivas do profético, mas outras pessoas proféticas podem experimentar isso de uma forma diferente. Assim como o Senhor nos fez únicos como pessoas, e nossas experiências na vida são todas únicas, nossas experiências com Ele são todas únicas também. Todos os profetas nas Escrituras eram diferentes e pareciam receber revelação de maneiras distintas. Há características e fatores comuns, mas devemos estar sempre abertos para que o Senhor faça algo único. Afinal, Ele é o Criador e Ele gosta de ser criativo!

Não entender esse elemento importante dentre os que envolvem a maneira pela qual o Espírito se move pode ser uma das maiores pedras de tropeço para chegar à maturidade nos nossos dons e ministério. Muitos são bem sucedidos em orar por alguém, mas então tendem a pensar que foi a própria frase ou o método que eles usaram que trouxe o sucesso. Isso tem muito pouco a ver com nossos êxitos, ao invés disso é a fé que temos que move Deus. Mesmo assim, depois de tal sucesso, alguns tentam duplicar o método, e então tendem a desenvolver mais fé no método do que em Deus como uma pessoa. Isso levará a um afastamento das verdadeiras obras do Espírito Santo.

Eu não quero ser grosseiro, mas o Espírito não é como um cão que nós treinamos para responder a certos comandos. O Senhor conhece os nossos corações, e nós podemos usar as palavras e os métodos errados, mas Ele vai responder porque é a fé em nossos corações que O move. Pense nisso. Ele fez quaisquer curas ou milagres da mesma forma quando andou na terra? Parece que Ele usou um método diferente a cada vez porque o poder não estava no método, mas em ver e obedecer a vontade do Pai.

É crucial para nós entendermos isso porque pode haver uma linha tênue entre o profético e a feitiçaria. Feitiçaria é bruxaria, que Paulo listou como uma das obras da carne em Gálatas. Bruxaria é autoridade espiritual falsificada, que procura usar outros espíritos, e não o Espírito Santo. A bruxaria se baseia em padrões e fórmulas, e sempre acabará por levar à manipulação, um espírito de controle, exageros, ou outras maneiras carnais de usar as pessoas ao invés de amar as pessoas e ser usado para o bem delas.

A certa dignidade e classe que está acima de exageros, manipulação ou controle, vem com o conhecimento do Rei dos reis. Quando o Rei dos reis se move, você se sente elevado e enobrecido, não pressionado ou manipulado.

Tenho meditado sobre um versículo na bíblia por quarenta anos, tentando sondar os caminhos de Deus, e esse versículo é Apocalipse 3:20. Aqui Jesus está batendo à porta de sua própria igreja para ver se alguém ouvirá a Sua voz e abrirá para ele. Imagine. Ele é o Rei do universo e nosso Criador, mas nesta era, Ele não vai se forçar a ninguém. Ele não virá onde não for desejado, mesmo que seja Sua própria igreja!

Esta é uma forma básica pela qual podemos reconhecê-Lo – Ele é o último cavalheiro e não nos força, pressiona ou controla. Em vez disso, Ele nos chama, roga por nós, e nos conclama a segui-Lo. Esta é também a natureza do ministério profético da Nova Aliança, que anuncia a sua mensagem nesta era.

Na era vindoura, obviamente o Senhor virá com uma vara de ferro, e as nações serão obrigadas a dobrar o joelho diante dEle. No entanto, esta é a era em que Ele não está buscando aqueles que podem ser pressionados à obediência, mas aqueles que têm corações que querem segui-Lo e obedecê-Lo. Mesmo na era vindoura, quando Ele de fato governará, podemos estar certos de Ele governará com tanta dignidade e classe que não haverá a escravidão, mas o propósito de Seu governo é libertar o Seu povo.

Mais uma vez, muitas pessoas tendem a modelar seus ministérios com base nos profetas da Antiga Aliança, o que é um modelo errado para o ministério da Nova Aliança. Os profetas da Antiga Aliança foram duros e muitas vezes intolerantes porque eles estavam representando a aliança sob a qual estavam operando e ela foi dura e implacável. Os profetas da Nova Aliança são mensageiros de uma aliança de graça e verdade. Isso não significa que somos tolerantes com o pecado e a iniquidade, que Deus ainda abomina, mas em vez de condenar, temos a verdade que pode libertar as pessoas.

Compartilho isso porque nós ainda trabalhamos com a revelação que vem através de impressões. Esse é o nível mais básico da revelação profética, mas é um dos mais importante para nós aprendermos os caminhos do Senhor. É tornando-nos sensíveis aqui que aprendemos a rejeitar essas mensagens que vêm com força ou pressão. O Espírito tem uma certa classe à qual nós devemos nos tornar sensíveis e a qual devemos aprender a exigir de qualquer impressão na qual iremos agir. É preciso experiência para aprender isso. Muitas vezes, teremos erros ao longo do caminho, mas é aprendendo o quanto Ele é capaz de perdoar, mesmo com nossos erros, que chegamos a conhecê-Lo melhor. Para amadurecer, devemos caminhar na fé de que podemos cometer um erro e não ser condenados por isso, mas instruídos. Isso semeia liberdade em nossos corações, o que é crucial para todo ministério da Nova Aliança.

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

As Experiências Proféticas, Parte 1

Impressões Proféticas
Semana 24, 2011 - Rick Joyner

Temos a tendência de pensar nas IMPRESSÕES como a forma mais rasa de revelação profética, mas isso não significa que elas não sejam importantes e uma fonte de revelação importante. Ter uma impressão é geralmente saber alguma coisa sem saber como você sabe isso. Podem ser suaves ou fortes, mas ainda assim elas são ambíguas, raramente claras ou específicas.

Por exemplo, quando você está perto de uma pessoa, pode sentir tristeza. Talvez você comece a sentir que a pessoa está sentindo isso, mas não saiba por quê. Nesse caso, você pode pedir ao Senhor para mostrar mais ou ser mais específico, mas é possível que Ele já tenha mostrado a você tudo que você precisava. Lembre-se, o Senhor não se importa com o fato de as pessoas se impressionarem com nossas habilidades proféticas tanto quanto deseja que Seu povo seja ministrado. Apenas um pouco de compaixão e compreensão pode ser tudo que essa pessoa necessita para descansar do que a perturba.

Aqueles que buscam se tornar mais sensíveis em captar essas impressões podem ser usados poderosamente por Deus. Nós às vezes pensamos que quase todos podem captar esse tipo de sinal dos outros ou das situações, e talvez seja verdade. Quando o apóstolo escreveu “Todos podereis profetizar” (I Co. 14:31), ele parecia estar sugerindo que a sensibilidade profética está disponível para qualquer um. Não estou dizendo que seja isso; porém, às vezes, tenho pensado que esse é um dom que Deus deu a todas as pessoas, mas que só algumas desenvolveram e essas o fazem em diferentes níveis. Isso é diferente do ofício do profeta, que tem um chamado específico do Senhor e recebe mensagens específicas.

Tenho pensado também que aqueles que se importam o suficiente com o desenvolvimento dessa sensibilidade, e que usam isso por amor a outros, geralmente, recebem mais de Deus. Ainda assim, uma das coisas que podem nos inibir de receber mais revelação ou em níveis mais altos pode ser a tendência de dizer: “Assim diz o Senhor” para coisas sobre as quais temos apenas uma impressão geral. Mesmo esse termo, “Assim diz o Senhor”, só foi usado nos tempos do Antigo Testamento porque qualquer ídolo ou falso deus tinha profetas que supostamente falavam por ele, e assim os que falavam por Jeová tinham que distinguir por quem falavam eles. Felizmente, isso não é necessário nas rodas das nossas igrejas, mas pode ser se estivermos ministrando nas ruas.

Mesmo quando eu era um jovem cristão, sentia que esse termo, “Assim diz o Senhor”, era quase sempre usado mais para embelezar os pronunciamentos ou sentimentos que as pessoas tinham. É muito sério dizermos que estamos entregando uma mensagem do Senhor. Não devemos ser tão enfáticos sem recebermos a mensagem num nível tão alto que não tenhamos dúvida de que veio dEle. Você não pode ter esse tipo de garantia com qualquer coisa que recebeu apenas por uma impressão.

Impressões podem ser bem reais e vindas do Senhor, mas estão também num nível em que podem facilmente ser influenciadas por nossos próprios sentimentos, deduções ou presunções. Portanto, creio que qualquer coisa recebida nesse nível deve ser introduzida por “eu acho”, “eu sinto” ou “tenho a impressão” ao invés de “assim diz o Senhor”.

Pense nisso. Se você fosse um rei, deixaria uma pessoa representá-lo se ela acrescentasse seus próprios sentimentos e pensamentos a uma situação e dissesse que essa mensagem veio de você? Se eu fosse um rei e descobrisse que alguém estivesse fazendo isso, hesitaria em confiar a essa pessoa mensagens ou atribuições importantes. Pode ser por isso que muitos nunca crescem numa autoridade profética que vá além dessa.

Integridade é algo crítico quando se trata de profecia. Não há nada mais valioso que uma mensagem de Deus, e precisamos tratar isso dessa forma. Não acrescente e nem retire nada. Nós não queremos especialmente acrescentar nossas opiniões. Se nos mostrarmos confiáveis com as impressões, então provavelmente receberemos mais. Contudo, em qualquer nível, uma das principais pedras de tropeço para quem profetiza é começar a sentir que porque o Senhor nos usou para dar uma mensagem, isso provavelmente se deve ao fato de pensarmos como ele, então nossas opiniões são as mesmas dEle. Essa é uma arrogância terrível e potencialmente destrutiva.

Se temos uma impressão, vamos compartilhá-la como tal, sem ser específicos, mas como quem é confiável e está aberto também ser ensinado. Não fique surpreso ou desencorajado se você sentir algo forte que se mostre depois errado. Apenas tente aprender a partir dessa experiência. Comece a praticar. Tente captar coisas relacionadas às pessoas e às situações e teste o que captar. É tão importante quanto saber quando não está captando nada. Se tiver uma impressão forte, você pode compartilhá-la com um pouco mais de confiança, mas ainda é uma impressão, não uma revelação específica.

Você não pode trilhar nenhuma jornada sem dar o primeiro passo. Tornar-se sensível às impressões e aprender a distingui-las dos nossos próprios sentimentos é o primeiro passo para crescer nos dons proféticos. Determine que você quer uma base sólida para seu chamado e dons, e não despreze os pequenos começos, mas decida-se a fazer o melhor que você puder como um mordomo de seja lá o que for confiado a você.

domingo, 23 de janeiro de 2011

Bem-aventurados os pobres de espírito

Por que algumas pessoas podem querer abandonar resoluções de Ano Novo, o mais rapidamente possível.


Por Mark Galli* em 6 de janeiro de 2011


Sob o risco de estragar os votos sofridos de Ano Novo de alguém, quero sugerir que alguns de nós desistam de se tornar bons cristãos, ou qualquer coisa nobre que estejamos tentando ser.

Eu sei que o Novo Testamento está repleto de admoestações para que você se “empenhe” e “faça grande esforço” para ser um discípulo fiel de Jesus. Uma das expressões favoritas de Paulo nestas linhas é uma metáfora do ato de se vestir: “se vestir do novo” (Col. 3:10), “se revestir do Senhor Jesus Cristo” (Rom. 13:14), e “se vestir de toda armadura de Deus” (Ef. 6:11), para citar algumas passagens em que ele usa esta expressão. Ele também relaciona esta metáfora às virtudes:
Nós temos que vestir "a couraça da justiça" (Ef. 6:14), "revestir o coração de... compaixão, bondade, mansidão, humildade e paciência" (Col. 3:12), e acima de tudo temos que "nos revestir de amor"(Col. 3:14).

O que Paulo não explica é como exatamente alguém pode “se vestir” destas virtudes. A resposta é mais misteriosa do que poderíamos pensar.


Durante um culto de oração na noite de Ano Novo, um amigo meu descreveu sua caminhada espiritual no ano que se passou. Ele lamentou que seus planos de se tornar mais regular e disciplinado em oração e estudo da Bíblia não tivessem chegado a lugar nenhum. Ainda assim, ele disse que achava que tinha crescido mais que nunca espiritualmente.


É exatamente assim que a vida espiritual funciona para mim. Quanto mais eu me esforço para ser um “bom cristão” – orando mais, sendo mais paciente, generoso e por aí vai – mais eu me acho ansioso, irritado, culpado, ressentido e hipócrita. Quando eu simplesmente aceito que sou um pecador, realmente, acho que oro mais, sou mais paciente, mais generoso, mais humilde e amo mais.


Esta é a realidade paradoxal que tem sido explorada pelos Alcoólicos Anônimos com eficácia há décadas. Quanto mais uma alcoólatra tenta controlar seu vício, mais ela está propensa a beber. Mas, no momento que ela admite que não tem controle sobre o álcool, aí sim pode ganhar alguma liberdade – enquanto ela continua a se identificar assim: “Oi, eu sou Ana, e sou uma alcoólatra.”


Somos constantemente tentados – pelo menos eu sou tentado assim – a controlar nossos anseios pelo pecado e a nos empenharmos para ser o que não somos: santos. Sim, eu entendo que em Cristo podemos de fato ser chamados assim. Alguns dizem que isto se relaciona ao que é imputado a nós – agora somos tratados por Deus como se fossemos justos, estamos justificados. Outros enfatizam a esperança: recebemos a promessa de um Deus fiel de que no fim Cristo nos transformará. De qualquer forma, pensando sobre isso teologicamente, continua sendo um paradoxo que muitos não façam nenhum progresso espiritual até que entendam a si mesmo por seu fracasso: “Oi, sou Marcos, e sou um pecador.”


Jesus coloca isso desta forma: “Bem-aventurados os pobres de espírito porque deles é o Reino dos Céus.”


Em termos práticos, isso significa desistir de qualquer esforço para fazer de si mesmo alguma coisa (o que se relaciona perfeitamente com o fato de que Deus é quem fez todo o necessário para fazer algo de nós – voltamos a isso mais uma vez). Isto quer dizer, por sua vez, que pode ser interessante abandonar resoluções para se tornar melhor nisso ou naquilo.


É compreensível o medo de alguns: “Eu mal consigo viver uma vida decente tentando. Se eu desistir, não vou cair num lamaçal de imoralidade?” Ou “Se eu não tenho alcançado muitos objetivos, não vou então estagnar?”


É sempre uma possibilidade, claro. Nós seres humanos temos uma mania de transformar verdades profundas em justificativas para todo tipo de comportamento. Mas então temos pessoas como Jesus nos dizendo que o caminho do Reino dos Céus – a vida completamente realizada em Deus – passa pela estrada da pobreza espiritual.


Acrescente a isto a experiência de muitos: que somente abandonando o esforço moral puderam realmente fazer algum progresso em suas vidas. Isto tem a ver de certa forma, novamente, com a perversidade da natureza humana, que instintivamente se rebela contra qualquer autoridade externa, até a ética autoridade de Jesus! Enquanto parte de nós anseia por viver moralmente (isto é, frutificando, amando), outra parte de nós sabota o desejo quando tentamos realizá-lo.


Isto também tem a ver com o que capacita as pessoas a fazerem exatamente aquilo que não conseguem quando se esforçam: a liberdade. Você não pode desfrutar da liberdade se sente que tem que fazer isso e aquilo para ser bom. Isso não é liberdade, é opressão. Somente quando você perceber que não tem que fazer ou ser alguma coisa, poderá conhecer a liberdade, e só quando conhecer a liberdade poderá realmente escolher o que é bom.


Por meio de Cristo, Deus nos diz que não temos mais que fazer ou ser alguma coisa. Porque Deus amou o mundo. Somos o objeto do favor de Deus exatamente como somos. Não podemos acrescentar nada a esta realidade nem tirar disto alguma coisa. De nada vale tentar fazer ou ser alguma coisa, a não ser um pecador. (Uma razão libertadora para isso é que já somos muito bons nisso!)


O que acontece, no entanto, quando vivemos como se fossemos fracassos morais, quando nos recusamos a ser ansiosos e culpados e andar envergonhados por nosso comportamento, e simplesmente reconhecemos quão pobres espiritualmente nós somos? Para muitos, funciona assim: Pela primeira vez são capazes de fazer uma pergunta simples, mas crucial: “O que eu quero fazer?” Fazer o bem ou evitar o mal não muda nada no universo, e certamente nada no nosso relacionamento com Deus. Esta discussão está fora de questão. Nós somos amados quando fazemos o certo ou não. Somos amados quando pecamos ou não. A única coisa que pode determinar nosso comportamento é “O que eu quero?” “Como eu quero viver?” “Que tipo de pessoa quero ser?”


Modificando o que disse o filósofo Agostinho, uma vez que nos encontramos em estado de amor transcendente – conhecendo o amor de Deus e cheios de gratidão em retorno – realmente podemos fazer o quisermos. E a grande surpresa é essa: exatamente aquilo que temos nos esforçado para ser, aquilo que nos sentimos pressionados a fazer ou a ser, é agora o objeto do nosso desejo. Não porque temos que fazer para atender a um padrão religioso, ser um bom cristão, nos aceitarmos, sermos úteis para a humanidade, ou justificar nossa existência. Não, quando realmente tivermos a liberdade de fazer o que queremos, vamos descobrir que queremos fazer e ser o que o Deus de amor quer que façamos e sejamos. Resumindo, o Reino de Deus será nosso!

Isto não quer dizer que magicamente estaremos aptos a fazer o que queremos com facilidade, que não falharemos, e não teremos que ser conscientes e cautelosos em nossos esforços para seguir a Cristo. Dificilmente. Quando Paulo diz que temos que “trabalhar” na nossa salvação, significa isto mesmo. A mente e a vontade foram criadas por Deus para que estivessem ligadas. Deus não quer robôs passivos, mas amantes dinâmicos. Eu estou simplesmente sugerindo o que muitos teólogos e diretores espirituais tem em mente quando dizem que nossos esforços morais precisam estar fundamentados na liberdade e motivados por amor. Parece um clichê espiritual, mas é uma realidade psicológica e espiritual, de fato.

Isto, é claro, uma das dimensões do modo como Deus nos transforma. Como diz o velho ditado, Deus nos ama assim como estamos, mas nos ama demais para nos deixar assim. O infinito amor de Deus trabalha de diversas formas. Para ser justo, alguns realmente crescem fazendo resoluções, estabelecendo metas e se esforçando ao máximo. Mas aceitar a própria pobreza espiritual e relaxar na graça tem sido uma das maneiras mais frutificadoras para muitos outros.


Então como podemos entender a noção de Paulo de “vestir” estas várias virtudes à luz desta realidade? Eu não creio que ele nos exorta a um esforço sob pressão – que seria a maneira da lei, justamente a qual ele consistentemente condena. Vejo isto assim: Estou numa loja de roupas, olhando uma arara de casacos esportivos. Então vem um vendedor que diz: “Por que não veste este azul?” Ele tira o casaco do cabide e segura aberto para mim, para colocar meus braços nas mangas. Logo, ajeita nos meus ombros, abotoa na frente, alisa e me diz para olhar no espelho. Eu estou vestido com o casaco, mas na verdade, o vendedor o vestiu em mim. Trabalhe na sua salvação, diz Paulo, acrescentando ainda: “Porque é Deus quem opera em vós tanto o querer como o efetuar, segundo a sua boa vontade.”


O Vendedor se aproxima de nós todo dia: “Por que você não se reveste de amor?”, ele diz. “Aqui, deixa eu pegar para você. Só levanta os braços.”


*


Mark Galli é editor sênior da revista Christianity Today (Cristianismo Hoje) e autor de diversos livros sobre a graça de Deus.

Constantino e a Institucionalização da Igreja

Por Neil Cole* em 29 de Novembro de 2010

Recentemente, minha esposa e eu passamos alguns dias em York, na Inglaterra. Lá vimos uma estátua de Constantino erguida bem ao lado da principal catedral da área – a York Minster. Apesar de sua impressionante beleza, a catedral nos lembrou como as pessoas afastaram a igreja do propósito original.

A Igreja primitiva era orgânica e um movimento em suas primeiras centenas de anos. Mesmo levada à clandestinidade por ondas de perseguição romana, ela continuou como um movimento viral que não podia ser contido ou parado. Ainda que muitos tenham tentado destruí-la, cada tentativa a tornava ainda mais forte.

No entanto, tudo isso mudou em 313 d.C., quando o imperador Constantino declarou que o império não apenas toleraria o Cristianismo, mas restituiria à igreja todos os seus bens confiscados. Ele foi o primeiro imperador “cristão” e o Cristianismo, antes marginal, se tornou a religião do Estado, uma mudança radical. Desde então, contudo, a igreja não mudou. Nosso inimigo, o próprio Diabo, aprendeu que se não podia parar a igreja, deveria se juntar a ela e transformá-la de dentro para fora de maneira que ela fosse ineficaz e não mais ameaçadora. Com exceção de avivamentos eventuais em grupos remanescentes, pode-se dizer que ele conseguiu. E ele usou Constantino para começar este ataque maligno.

Ao longo dos séculos, depois de Constantino, a Igreja ocidental progrediu em muitos aspectos, mas nenhum representa uma mudança significativamente sistêmica. Por centenas de anos, houve poucas transformações desde o estabelecimento da Igreja Católica Romana e da Igreja Grega Ortodoxa. A Reforma dividiu a Igreja ocidental em Igreja Católica Romana e a volátil Igreja Protestante. Mas, apesar das diferenças, no âmbito institucional o sistema permaneceu praticamente intacto. Os anabatistas se separam da reforma (e foram perseguidos por ela), mas logo iriam se institucionalizar também.

Apesar das adaptações feitas para alcançar os mineradores de carvão na Inglaterra do século XVIII ou os peregrinos pós-modernos do século XXI, as mudanças são mínimas. Tradicional ou contemporânea, Pentecostal ou Presbiteriana, a igreja permanece institucional em sua abordagem. Dos batistas aos Irmãos de Plymouth, dos menonitas aos metodistas, as mudanças no sistema são praticamente insignificantes ao longo dos séculos. Com música ou sem? Órgão ou guitarra? Em catedrais com tetos altos e vitrais ou em encontros num galpão sem janelas, o atual sistema da igreja continua o mesmo.

Você tem um padre ou pastor, o culto de domingo com músicas e um sermão, a oferta semanal, o púlpito, os bancos, um edifício. Tem sido assim desde o século IV. E mesmo se você mover todo o show de um prédio para uma casa, se o sistema não mudou, o que você fez foi apenas encolher a Igreja, não transformá-la. Mudar o estilo de música não melhora o sistema. Apagar as luzes e aumentar o volume é um simples remendo no mesmo velho sistema. Corais e hinos ou bandas de louvor e máquina de fumaça, de joelhos ou de pé, o sistema muda muito pouco. Pregar mensagens tópicas ou expositivas não é mudar o sistema, trata-se apenas de mínimos ajustes. Escolas bíblicas dominicais ou células como ambientes secundários de aprendizado não representam nenhuma mudança sistêmica, só uma variação do mesmo velho sistema operacional.

Constantino foi declarado césar enquanto estava em York em 306 d.C. Hoje, próximo ao local onde ele foi nomeado imperador está uma estátua sua ao lado de uma grande catedral, o que acho tremendamente simbólico. Constantino transformou a Igreja numa instituição e ela permanece neste estado por 1700 anos. Hoje, há uma homenagem a ele perto de um monumento institucional que expressa exatamente o que a igreja é – a York Minster Cathedral. Hoje nós estamos testemunhando uma rápida transição de volta a uma expressão orgânica e viral de eclesiologia.

Devemos lembrar de Constantino para não cometer o mesmo erro. Precisamos acordar, mais uma vez, para a verdadeira natureza e expressão do corpo de Cristo, que não é um prédio, um programa, um evento ou uma organização, mas é sim uma família espiritual com um chamado e uma missão a ser cumprida em conjunto. Precisamos, mais uma vez, perceber que a forma da Igreja não é o problema, mas a maneira como nos relacionamos - com Deus, uns com os outros e com o mundo.

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Neil Cole é editor do blog Cole Slaw e idealizador da Associação para Multplicação de Igrejas (Church Multiplication Associates - CMA), uma rede informal de comunidade em busca de uma expressão orgânica de Igreja, isto é, com um foco em pessoas e não em programas, em virtude da frustração com o sistema institucional. Neil é autor de vários livros, como Igreja Orgânica e Church 3.0.